sábado, 6 de dezembro de 2014

Fora de alcance

Eu pensava que conhecia os sinais, mas eles não estavam certos. Eu fui idiota por um tempo, louca varrida por você. E agora... Eu me sinto como uma boba. Confusa... Meu coração dói. Será que eu já fui amada por você? Fora de alcance, tão distante... Eu nunca tive o seu coração. A verdade é que ele sempre esteve fora do meu alcance. Tentei, não conseguia ver. Acho que não era mesmo pra sermos.

Retiro-me. Tiro-me do desespero. Eu poderia me afogar se eu ficasse aqui mesmo tentando me manter ocupada todo dia. Eu sei que tudo ficará bem. Tanto sofrimento, tanta dor, leva um tempo pra repor o que está perdido por dentro. E eu espero que em breve você esteja fora da minha mente e eu tenha te superado – eu sei que vou te superar! Mas agora estou confusa... Meu coração dói. Será que você já me amou? Fora de alcance, distante... Você nunca deu o seu coração. Ao meu alcance, posso ver que há uma vida lá fora só esperando por mim... 


Ele...

Que sensação é essa que ele te causa? As mãos suam, as pernas tremem, o coração dispara, as pupilas dilatam... Ele parece ser uma espécie de droga. E o toque dele? Não me fale do toque dele. Você se pega pensando e sorrindo com os olhos só de ouvir o seu nome, sonha acordada 24 horas por dia, tem a impressão de estar surtando. Que sentimento é esse que toma conta de você?

Você sente saudade, se preocupa, quer saber como ele está, quer cuidar dele, o fazer feliz. Todos os outros se tornaram feios e sem graça e ele... Ah, ele! Ele é o cara mais incrível que você conheceu, o que tem a voz mais envolvente, o abraço mais protetor... É, eu sei como é isso, mas queremos alguma explicação. Que sentimento será esse?

Todos os detalhes são importantes, você simplesmente lembra cada um deles todos os dias. Aquela piada que ele teima em contar sempre e que mesmo assim conta de novo, e de novo, e de novo, só porque esqueceu que já contou. Você já decorou cara marquinha, cada cicatriz que ele tem pelo corpo, o peso, a altura, a cor exata dos olhos, o timbre da voz, o cheiro. Você reconhece absolutamente tudo e se sente em casa ao estar novamente em contato com esse universo fascinante que é ele. Você se sente você! Qual é esse sentimento afinal?

Cada instante é gravado na memória, as conversas bobas, as mensagens trocadas até altas horas da madrugada, os beijos que são aguardados ansiosamente e comemorados com fogos de artifício dentro de ti quando são dados, o abraço dele quando você está congelando de frio, as noites inteiras dormindo dentro do abraço dele e sentindo sua respiração morna nas costas, as músicas cantaroladas enquanto estão andando por aí, quando ele dirige e desce a mão até a sua perna, as risadas, um da cara do outro ao ficar com a língua dormente por conta daquele açaí gelado. Já tem alguma ideia de qual seja esse sentimento?

Aquela vontade que chega a bater como necessidade de saber se ele está bem, se alimentando direito, dormindo direito, bem de saúde e quando não, você preferiria um milhão de vezes ser você a estar com aquela dor chata que ele sente. Não se incomoda se tiver que passar a madrugada inteira acordando só pra verificar a temperatura dele, se a febre baixou, quando ele pegou aquela gripe braba. Pelo contrario, faz se sentindo na obrigação mais gostosa que alguém foi designado a fazer – ainda preferindo dentro de ti estar doente no lugar dele só pra o ver dormindo tranquilamente. Conseguiu descobrir que sentimento é esse?

Aquela inúmeras músicas que você ouve só pra o sentir pertinho quando ele não está, aquela euforia contida quando ele está chegando, aquele sorriso nos olhos ao o ver depois de muito tempo longe, a alegria de receber o beijo dele, de saber que podem conversar sobre tudo e se deixar a conversa se estende por horas. Saber que a cada dia vocês se tornam mais amigos, parceiros, cúmplices, que os laços vêm se estreitando com o passar do tempo e a felicidade que tudo isso dá e enche o peito. E se achar meio boba por estar lendo estas palavras com um sorriso no rosto.

O nome desse sentimento é AMOR! Dentre muitas outras coisas que poderíamos citar, estes são alguns dos efeitos que o amor nos causa. Sim, esse sentimento tão maravilhoso, grande e precioso tomou conta de você. Teu coração descansa por saber que encontrou um porto seguro para ancorar, um ser especial pra admirar, caminhar e que te faz sentir completo? Se tua resposta for sim, sinta-se agraciada, pois tu acabaste de ganhar na mega sena, aliás, acabou de ganhar da vida o maior dom que podemos receber: o de se doar e amar verdadeiramente e sem medidas. 



sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Aquele momento que paramos pra analisar a vida...


De uns tempos pra cá, observando a mudança de vida, minha e de vários amigos com quem convivo há anos, tenho tido a conclusão do quanto mudamos quando passamos dos "vinte e poucos anos". A partir daí percebemos que estamos mesmo mais perto que longe de chegar nos 3.0. E isso causa um frio na barriga constante.

Antes imaginávamos um casamento na igreja, com vestido bufante, cheios de glamour e hoje, ao pensar na ideia, achamos mais interessante comemorar com os mais íntimos com o pé na areia da praia. Dávamos mais valor à quantidade de amigos, e, de repente, nos deparamos vivendo a lei da seleção, o que é natural. Enxergamos com uma clareza absurda coisas que nunca entendíamos e que agora nos faz tanto sentido. Trocamos o belo salto alto pelo conforto das sapatilhas, o dormir até tarde pelo acordar cedo e aproveitar o dia.

Enfim, transformamos, modificamos, mudamos, crescemos e – o mais importante – nos encontramos! Isso porque quando chegamos nesse ponto da vida nos obrigamos a refletir sobre o que queremos dali pra frente - e dessa vez é valendo! Não dá mais pra brincar de ter 15 aninhos. Pela primeira vez paramos para analisar quem somos na essência, o que fazemos do nosso cotidiano, pra onde estamos indo e como estamos indo. A pergunta “sou realizada?” nos acompanha e, na maioria das vezes, não temos a resposta, sabendo lá dentro de nós que somos felizes, apesar de tudo. Confrontamos aquela criança que um dia existiu, cheia de sonhos e planos para o futuro adulto que se tornaria, e perguntamos a ela: “está tudo como você imaginou?”.

Então, a grande mudança se principia. Tudo que foi citado acontece, não porque estamos caretas ou "velhotes" mas porque nos encontramos - com uma pessoa que até então conhecíamos pouco: nós mesmos! E assim, paramos de seguir modinhas ou o grupo de amigos, e nos identificamos. Confirmamos que odiamos microssaias - e não aceitamos a ideia de nos enfiar dentro de uma, não mesmo! - que os brincos gigantes não combinam com a nossa personalidade, que amamos relógios, detestamos cigarro e queremos ser mãe.

Nos interrogamos e confrontamos, pois já não temos mais tempo a perder, e se algo deve ser mudado ou não, precisa começar ou se confirmar dentro de nós. E com todo esse questionamento, descobrimos coisas que nos fazem mal. Desvendamos um universo que, de certo modo, já estava dentro de nós e que em parte conhecemos durante a nossa caminhada, com os encontros e situações aos quais nos deparamos. Mas o que realmente importa nessa nova fase é que deixamos de fazer aquilo que a sociedade nos impõe como certo e passamos a ouvir nosso coração e nos tornamos cada vez mais nós mesmos. Vivemos a verdadeira personalidade.

Note a quantidade de pessoas que te dizem hoje o quanto você esta mais bonita, alegre, descontraída, segura, madura, com um brilho no olhar absurdo, até então nunca visto... Existe sensação mais agradável que se sentir de bem com você mesmo? No fundo, a conclusão é que os anos nos mudam e trazem consigo amadurecimento e a vontade latente que temos de construir um mundo onde a verdade, a essência e a diferença são encantadoras.


Taize Nobre